"As reticências me disseram que poderíamos continuar... Mas aquele ponto final mudou o sentido da nossa frase. A exclamação se esforça em traduzir os gestos do coração, mas a interrogação me deixa confuso perante a razão. Aquele traço que nos separa nos impede de formarmos a palavra certa. E aquele espaço que nos afasta, talvez devesse ser ignorado e dane-se a ortografia correta. Nossos nomes combinam, nossos sobrenomes sobrepõem-se. Procuro escrever alguma coisa que substitua seu nome, descarto pronomes, e como dizia o poeta do ontem, “não encontro palavras”. Fazer poemas pra ninguém é mentira, dizer mentiras pra alguém é, talvez, poema... Por isso... Te amo? Não existem verdades ou mentiras em poemas, existem apenas poemas, assim como não existe início da noite e fim de tarde, concepções dadas por quem lê o por do sol. Queria formar uma palavra presente apenas em nossas línguas, mas tudo transformou-se em língua morta. Mas talvez você ainda abra um parêntese para mim ou não, nem ao menos uma citação... "
(Paulo Lennon...)